Abstract | As áreas costeiras do Estado de São Paulo apresentam uma riqueza de recursos naturais, diversidade de espécies e tipos de habitats, suportando também, diferentes atividades econômicas. Este trabalho, iniciado em 2010, demonstra a aplicação de indicadores de sustentabilidade na avaliação de impactos antropogênicos na zona costeira do Estado de São Paulo. Nos anos anteriores, foram analisadas as regiões da Baixada Santista e Litoral Sul. No último período de estudo, está sendo concluída a análise das regiões do Vale do Ribeira e Litoral Norte, totalizando 36 municípios classificados como costeiros no litoral paulista. A utilização de indicadores ambientais pode simplificar a representação de fenômenos complexos reconhecendo as forças atuantes sobre o ecossistema e proporcionando a comunicação de informações importantes para os planos de gestão. Os 47 parâmetros sócioambientais temáticos utilizados foram obtidos junto a instituições públicas como o IBGE, EMBRAPA, Instituto Florestal, Prefeituras, IPEA, SEAP, SMA e SABESP. Estes parâmetros temáticos foram agregados de modo a se obter indicadores setoriais em seis dimensões espacial, cultural, econômica, ecológica, social e política. O índice de impacto antropogênico (IGIA), proposto por Souto et al. (2009), foi calculado para cada um dos 36 municípios costeiros - Bertioga, Cubatão, Guarujá, Mongaguá, Itanhaém, Peruíbe, Praia Grande, Santos, São Vicente, Cananéia, Ilha Comprida, Iguapé , Ubatuba , Caraguatatuba , Ilha Bela , São Sebastião , Apiaí, Barra do Chapéu, Barra do Turvo, Cajati, Eldorado, Iporanga, Itaóca, Itapirapuã Paulista, Itariri, Jacupiranga, Juquiá, Juquitiba, Miracatu, Pariquera-Açu, Pedro de Toledo, Registro, Ribeira, São Lourenço da Serra, Sete Barras e Tapiraí, e utilizado como métrica de comparação. Os resultados são apresentados na forma de gráficos, tabelas e mapas devendo ser divulgados de forma interativa na Internet. A base de dados gerada pode ser ainda dinamicamente atualizada, a medida em que novos valores dos parâmetros utilizados sejam obtidos. A aplicação dos indicadores de desenvolvimento sustentável propostos neste trabalho permitiu gerar um diagnóstico da zona costeira de SP, mostrando os setores considerados mais ameaçados e aqueles com oportunidades de desenvolvimento regional. Dos municípios analisados, Caraguatatuba e Iporanga apresentaram o maior e menor índice geral de impacto antropogênico, respectivamente. Iporanga também apresentou valores baixos, ou seja, menor impacto no índice social, cultural e espacial e nos índices econômico, político e ecológico médio impacto. Mas Caraguatatuba foi o oposto, embora apresentou índices com baixo impacto tais como o espacial, econômico e político , os índices social, ecológico e cultural foram de alto impactos se destacando o ecológico como o pior de todos municípios de modo acentuado causando a cidade o pior índice geral com os parâmetros selecionados. Espera-se que este tipo de ferramenta diagnóstica possa ser aproveitada no fomento de políticas públicas. Pretende-se também, fortalecer as políticas ambientais e colaborar com a comunidade da zona costeira para a preservação litorânea em prol da qualidade de vida. |